Ok, não sou economista e nem uma sumidade no assunto, mas sou uma cidadã carioca tentando sair do aluguel...
Quando meu marido e eu começamos a conversar sobre casamento (do verbo "morar junto") no final de 2009 - início de 2010, começamos a procurar apartamento pra comprar. Naquela época, um apartamento de 90m² no bairro aonde moramos (inclusive no msm condomínio) era cerca de 350 a 400 mil Dilmas.
Pensamos: "Vamos esperar mais um tempo, juntar mais algumas Dilmas e dar entrada no ap lá pro meio do ano, pra não ficarmos mto tempo presos a um financiamento e descapitalizarmos totalmente pagando a entrada do ap..."! Bom senso falou na hora e decidimos esperar...
Ainda no início de 2010 esses preços começaram a subir de tal maneira, que em julho/agosto de 2010 o mesmo apartamento de 90m² valia cerca de 600 a 700 mil Dilmas (dependendo até mais). Um aluguel que custava entre 1000 a 1500 Dilmas, passou a valer 2500 a 3000 (dependendo até mais).
Quase infartamos, não só pelo aumento absurdo dos preços, como pelo arrependimento de não ter comprado o ap na época. Mas porque esse fenômeno?
Quando parei pra ler sobre esse aumento, existiam muitas teorias: A mais obvia foi pq o Rio de Janeiro se tornou uma "capital mundial" sediando Copa do Mundo e Olimpíadas. A segunda teoria é que o mercado imobiliário estava há muitos anos desfalcado/desatualizado e esse aumento (surreal, diga-se de passagem) foi pra ajustar essa diferença...
Com copa, ajuste ou qquer desculpa esfarrapada pra esse aumento, o que tem acontecido é mais ou menos o que aconteceu com os EUA há um tempo atrás e foi uma das causas da crise econômica deles: Preços muito altos + facilidade de pagamento + instabilidade nos empregos = dívidas absurdas + inadimplência. Não vou me estender muito nesse assunto, mas vou deixar um link (de 2007) pra vocês terem uma ideia e preverem o que já começou a acontecer com a gente tb.
O que temos visto são apartamentos antigos, precisando de (muita) reforma, 2 quartos, sem vaga na garagem valendo mais de 1 milhão de Dilmas, dependendo do bairro aonde ele esteja localizado.
Apartamentos no subúrbio, perto de favelas, custando o preço que um apartamento numa zona nobre da cidade custava no começo de 2009 (dependendo até mais).
Não sei se esse boom imobiliário foi só no eixo Rio-São Paulo, mas é tão absurdo pensar no quanto um trabalhador brasileiro, que ganha um salário baixo, precisa pagar pra ter aonde morar parece piada de mau gosto!
A título de curiosidade, na nossa última viagem pra Nova York, passeando pelo Upper East Side (área nobre de Manhattan) paramos em uma imobiliária e vimos um lindo apartamento, reformado, em frente ao Central Park, grande (não lembro a metragem, mas era entre 100 e 150m²) por U$ 550.000,00, (perto de 2 milhões de Dilmas) ou seja, um apartamento num dos melhores e mais caros bairros do mundo é mais barato que um apartamento velho e precisando de reforma em Ipanema ou na Gávea!
Há boatos que dizem que esse "boom" na verdade é uma bolha e vai estourar depois que passar as olimpíadas, então, quem acreditar nessa teoria terá que esperar até 2017 (pois acredito que 2016 o mercado ainda estará aquecido) pra poder comprar um imóvel.
No entanto há outros boatos de que não precisará esperar tanto pra esses preços começarem a baixar devido a quantidade de inadimplentes, dívidas na justiça e leilões de imóveis que tem ocorrido por conta desse fenômeno.
Mas e se a bolha não estourar, ou ainda piorar com a proximidade da Copa e Olimpíadas? E se o efeito "inadimplência" não afetar nos preços? Será que esperar é a melhor opção ou arriscamos agora?
Sobre minha historia, meu marido e eu decidimos nos casar (do verbo juntar) em abril de 2011 e nos apertamos no apartamento quarto-e-sala aonde ele já morava de aluguel, enquanto filosofamos sobre essas questões acima!
Link prometido: http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u320606.shtml
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